
"Velocidade Abstrata - O carro passou"
Giacomo Balla
O Futurismo produz mais manifestos - cerca de 30, de 1909 a 1916 - que obras, embora esses textos também sejam considerados expressões artísticas. Há enorme repercussão, principalmente na França e na Itália, onde vários artistas, entre eles Marinetti, se identificam com o fascismo nascente. Após a Primeira Guerra Mundial, o movimento entra em decadência, mas seu espírito influencia o Dadá.
Nas artes plásticas, as obras reflectem o mesmo ritmo e espírito da sociedade industrial. Para expressar velocidade na pintura, os artistas recorrem à repetição dos traços das figuras. Se querem mostrar muitos acontecimentos ao mesmo tempo, adaptam técnicas do Cubismo. Na escultura, os futuristas fazem trabalhos experimentais com vidro e papel e seu expoente é o pintor e escultor italiano Umberto Boccioni (1882-1916).

"Formas únicas da continuidade no espaço"
Umberto Boccioni
Na literatura, as principais manifestações ocorrem na poesia italiana. Sempre a serviço de causas políticas, a primeira antologia sai em 1912. Os autores abolem os temas líricos e incorporam à poesia palavras ligadas à tecnologia. As ideias de Marinetti, mais actuante como teórico que como poeta, influenciam o poeta cubista francês Guillaume Apollinaire (1880-1918).
No teatro, introduz a tecnologia nos espectáculos e tenta interagir com o público. O manifesto de Marinetti sobre teatro, de 1915, defende representações de apenas dois ou três minutos, um pequeno texto, ou nenhum texto, vários objectos em cena e poucos actores.
O Futurismo em Portugal:
Logo em 1909 o Manifesto de Marinetti, foi traduzido do Le Figaro no Diário dos Açores, mas passou despercebido.
Em Março de 1915 Aquilino Ribeiro, numa crónica parisiense anuncia na revista Ilustração Portuguesa o movimento futurista aos Portugueses.
Mas foi no número dois da Revista Orpheu, dirigida por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro que o futurismo aparece como movimento em Portugal.
Na revista aparecem quatro trabalhos de Santa-Rita Pintor, e a Ode Marítima de Fernando Pessoa, mereceu de Sá Carneiro a apreciação de "Obra Prima do Futurismo".
Em 4 de Abril de 1917, é realizada no Teatro República (São Luís) em Lisboa uma matinée para apresentação do futurismo ao público português. Participam Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor e outros, onde se leram textos de Marinetti e outros futuristas.

"Cabeça"
Santa-Rita Pintor
Em Novembro-Dezembro de 1917 Santa-Rita preparou o lançamento da Revista Portugal Futurista, que foi apreendida à porta da tipografia, por subversão e obscenidade de alguns textos.
Com a morte de Santa-Rita e Amadeu em 1918 e a partida de Almada para Paris o movimento Futurista Português entra em declínio.
in:
Enciclopedia Multimedia del Arte Universal - Vol. 9 © AlphaBetum Ediciones Multimedia, Madrid, 1999;
wikipedia.pt