terça-feira, fevereiro 27, 2007

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O Futurismo foi o movimento artístico e literário iniciado oficialmente em 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, do poeta italiano Filippo Marinetti (1876-1944), no jornal francês Le Figaro. O texto rejeita o moralismo e o passado, exalta a violência e propõe um novo tipo de beleza, baseado na velocidade. O apego do futurismo ao novo é tão grande que chega a defender a destruição de museus e de cidades antigas. Agressivo e extravagante, encara a guerra como forma de higienizar o mundo.





"Velocidade Abstrata - O carro passou"
Giacomo Balla







O Futurismo produz mais manifestos - cerca de 30, de 1909 a 1916 - que obras, embora esses textos também sejam considerados expressões artísticas. Há enorme repercussão, principalmente na França e na Itália, onde vários artistas, entre eles Marinetti, se identificam com o fascismo nascente. Após a Primeira Guerra Mundial, o movimento entra em decadência, mas seu espírito influencia o Dadá.

Nas artes plásticas, as obras reflectem o mesmo ritmo e espírito da sociedade industrial. Para expressar velocidade na pintura, os artistas recorrem à repetição dos traços das figuras. Se querem mostrar muitos acontecimentos ao mesmo tempo, adaptam técnicas do Cubismo. Na escultura, os futuristas fazem trabalhos experimentais com vidro e papel e seu expoente é o pintor e escultor italiano Umberto Boccioni (1882-1916).








"Formas únicas da continuidade no espaço"
Umberto Boccioni










Na literatura, as principais manifestações ocorrem na poesia italiana. Sempre a serviço de causas políticas, a primeira antologia sai em 1912. Os autores abolem os temas líricos e incorporam à poesia palavras ligadas à tecnologia. As ideias de Marinetti, mais actuante como teórico que como poeta, influenciam o poeta cubista francês Guillaume Apollinaire (1880-1918).

No teatro, introduz a tecnologia nos espectáculos e tenta interagir com o público. O manifesto de Marinetti sobre teatro, de 1915, defende representações de apenas dois ou três minutos, um pequeno texto, ou nenhum texto, vários objectos em cena e poucos actores.

O Futurismo em Portugal:


Logo em 1909 o Manifesto de Marinetti, foi traduzido do Le Figaro no Diário dos Açores, mas passou despercebido.
Em Março de 1915 Aquilino Ribeiro, numa crónica parisiense anuncia na revista Ilustração Portuguesa o movimento futurista aos Portugueses.
Mas foi no número dois da Revista Orpheu, dirigida por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro que o futurismo aparece como movimento em Portugal.
Na revista aparecem quatro trabalhos de Santa-Rita Pintor, e a Ode Marítima de Fernando Pessoa, mereceu de Sá Carneiro a apreciação de "Obra Prima do Futurismo".
Em 4 de Abril de 1917, é realizada no Teatro República (São Luís) em Lisboa uma matinée para apresentação do futurismo ao público português. Participam Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor e outros, onde se leram textos de Marinetti e outros futuristas.








"Cabeça"
Santa-Rita Pintor











Em Novembro-Dezembro de 1917 Santa-Rita preparou o lançamento da Revista Portugal Futurista, que foi apreendida à porta da tipografia, por subversão e obscenidade de alguns textos.
Com a morte de Santa-Rita e Amadeu em 1918 e a partida de Almada para Paris o movimento Futurista Português entra em declínio.

in:
Enciclopedia Multimedia del Arte Universal - Vol. 9 © AlphaBetum Ediciones Multimedia, Madrid, 1999;
wikipedia.pt

2 comentários:

Boop disse...

Tanta "Coltura"!!!!!!
Eh eh eh

Lá vais tu ensinando umas coisas!
Eu cá, gosto de aprender!

Tiago disse...

sem duvida um grande blog parabens...

quanto ao post sobre futurismo...teria sido um grande acrescimo referires o manifesto anti-Dantas, quanto a mim um marco no futurismo portugues sem duvida!

quanto ao resto ...vou adicionar um link do meu blog para este! como apreciador de arte ...so tenho a dizer GRANDE TRABALHO!

um abraço

ass: Tiago aka kryptosgokus